Menina de tudo, olha ela.
Em passinhos curtos que suas pequenas pernas permitem, desbrava o mundo, retribuindo com o seu olhar peculiar. Ninguém está vendo, mas ela viu que o galho beijou a lua, por estarem tão próximos um do outro ao serem vistos de baixo, e isso virou poesia. As gotas da chuva que se debatem contra o vidro do carro, se unem em uma só, começam a dançar conforme o carro se movimenta. E mais, a sombra que a luz do poste criou, as transformou em possíveis sardas no seu corpo. Entre tantas outras sinfonias, ela tenta brincar de vida. Durante esta longa viagem, até o balanço do ônibus contribui para o rabisco do desenho e deu um toque a mais de realidade à obra daquele moleskini velho.
Mas a vida não é só lirismo - ai dos trovadores do século XXI. É batente, rotina, pressão, é violência, é crise familiar; além das outras Carolinas que internamente a derrubam constantemente. Sim, a vida dentro e fora, é um labirinto. Mesmo para ela, aquela que dizem que tem tudo. Mal sabem. Posso sussurrar no seu ouvido e afirmar: ninguém tem tudo nessa vida. Mas, porém, entretanto e todas as outras conjunções, acredito que ela está tentando achar o equilíbrio da sinfonia da vida. E não é de hoje, alguns textos atrás confirmam essa sede insaciável de continuar tendo forças para vivenciar poemas, mesmo com tantas cicatrizes em seu corpo.
E de fato, só vivendo, experimentando, sendo fiél às suas crenças, se permitindo mover as certezas de lugar, é possível se construir sonhos e alcançar o equilíbrio que tanto deseja, Carolina.
Por isso desejo a você, quase um mês após o seu aniversário, mais experiências sem “por quês” que se transformam em poesias - e, por que não uma banheira de bolinhas? Que o brilho do glitter seja persistente em sua vida, mesmo depois que tentarem sugá-lo de você - e de fato, não teve aspirador no mundo que limpou essa bagunça, não é, Camilla? E nisso vá enriquecendo a vida, do seu jeitinho, sabendo claramente que nada sai conforme o planejado. E realmente, só cada um sabe o tempero que quer adicionar para sobreviver aos altos e baixos. Mas, vamos juntos, porque nessa montanha-russa de não-saberes que está a graça do jogo. Feliz 23, Carol, Carolzinha, Carolina, Carolinha!
Fotos: Camilla Pires minha irmã que topa minhas loucuras
T-Shirt: Zara
Shorts: Forever 21
Scarpin: Cecconelo
