Estou em momento tão blasé, que nem sei porque escolhi essas roupas para montar esse lookbook. Mas acho que a ideia inicial era provar que eu não tenho vergonha das minhas botas de glitter. Acredite, elas já foram pauta de discussões polêmicas!
A verdade é que eu me vejo naqueles pequeninos e excêntricos pontos de brilho Tão eu! Tão reluzente quanto meu sorriso coringa - que por sinal é horroroso. Mas não me enxerguei dessa forma quando as comprei. Eu estava querendo comprar também a admiração dos outros e mostrar o quanto eu “sou” confiante e segura por usar botas tão chamativas. Mas isso só comprovou o quanto me importava demasiadamente com a opinião alheia.
Em um simples momento de epifania ao calçá-las, entendi que um dos fatores para minha insegurança, era por não ter construído um asfalto sólido para os meus pés andarem. Transitei por tantos solos alheios. Plantei boas histórias. Colhi grandes aprendizados. Mas as flores que eu colhia, tinha tanto dos outros e tão pouco de mim, que quando era hora de andar sozinha, não havia onde pisar. Nada daquilo era meu. Achava que estava plantando uma personalidade em meu ser. Mas eu era apenas espelho de quem cruzava o meu caminho.
Hoje, assumo as botas e também minha insegurança. E isso já me deixa mais confiante, porque eu, assim como todo mundo, tenho minhas fraquezas e meus valores. Não precisamos revelar nossas inseguranças para todos saberem, mas também não precisamos maquiá-las e tentar passar uma imagem diferente daquilo que somos por dentro. Isso é tão óbvio, mas às vezes é tão comum tentarmos expor algo que não existe dentro da gente…
(Finalizei esse post com reticências, para concluir este pensamento tão inacabado na minha mente. Porque a construção do “verdadeiro eu” é algo infinito.
PS: Eu assumo as botas, mas esse cabelo lambido à-lá-Kardashian nunca mais! Me sinto nua com tanta bochecha à mostra!
Make: glaycemarciano
